quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Hell Mountain quer te jogar dentro dos filmes de terror com o Oculus Rift



Desde que foi apresentado ao mundo, o Oculus Rift vem estimulando a imaginação de pessoas que trabalham em vários setores diferentes. Indo de passeios fantásticos de montanha-russa até novos modos de fazer modelagens em 3D, muita gente está pensando em modos de se aproveitar da realidade virtual imersiva proporcionada pelo aparelho. Desta vez, uma criativa equipe de profissionais do cinema resolveu levar a coisa para caminhos mais sombrios e criar o primeiro longa-metragem de terror para o Oculus Rift: Hell Mountain.

O time encabeçado pelo escritor e diretor Dar Warison conta com alguns nomes significativos da indústria, como o produtor Warren Zide (série de filmes Premonição), o roteirista Gary Gerani (co-criado de Sangue Demoníaco, de 1988) e o designer de criaturas Brian Penikas (famoso por desenvolver a criatura de Olhos Famintos).

Sendo assim, é correto esperar demônios asquerosos e sustos de pular da poltrona, e, de antemão, dá para sacar que este não é uma produção para quem gosta de cobrir os olhos para aguentar as partes mais assustadoras. Por usar o Oculus Rift, você vai estar praticamente dentro do filme, podendo bisbilhotar toda a cena a sua volta e – quase – sentir na pele o que se passa dentro do mundo capturado pelas câmeras.

A mitologia usada no título foi elaborada por Gerani ainda na década de 1970, baseada em uma essência sobrenatural bem lovecraftiana. A história se trata de um tipo de xamã-bruxo demoníaco chamado Old Jonas, que usa seus poderes para invocar criaturas malignas na região da montanha. Neutralizado por medidas dos habitantes locais, o velho acaba buscando outros meios de aterrorizar a população e acaba invocando algo muito mais sombrio. Agora se imagine no meio disso tudo. Eu, hein?!
Se adaptando à tecnologia


Para Penikas, a possibilidade do espectador ver as criaturas de diversos ângulos não deve ser um empecilho no seu trabalho, já que, tanto os seres em CGI como os feitos de modo tradicional, são produzidos para poderem ser apreciados de forma completa. De acordo com Zide, o fato de as pessoas poderem controlar o que e quando eles querem ver os terrores produzidos pela equipe acaba tornando a experiência ainda mais pavorosa.

“Ver algo rastejando quando você olha para baixo ou perceber uma criatura grotesca te perseguindo vai ser algo mais assustador do que qualquer outra coisa já feita”, disse o produtor. Por outro lado, essa imersão traz outros tipos de preocupações durante a produção, já que o estúdio não pode privilegiar um enquadramento da cena ou fazer cortes bruscos sem tirar o público da realidade do filme.

O objetivo é fazer de quem assiste à produção um personagem, e isso muda totalmente o modo como o longa-metragem é filmado. Warison vem fazendo reuniões periódicas com representantes do Oculus Rift, para tentar resolver alguns dos problemas levantados por sua equipe. “Temos que pensar em um modo de contar a história usando o mundo como um todo, não apenas o que cabe em um retângulo na tela”, conta o diretor.

A ideia de Warison e sua trupe é fazer com que Hell Mountain tenha um impacto semelhante ao de A Bruxa de Blair, que revolucionou os filmes de terror no fim da década de 1990. A expectativa é de que a tecnologia proporcionada pelos óculos de realidade virtual transcenda o que é feito efetivamente em filmes hoje em dia. Para isso, novas formas de capturar as imagens e contar a história devem ser desenvolvidas.
Contando com você



Como o mercado de filmes para Oculus Rift é algo inexistente no momento, o projeto de Hell Mountain foi colocado no site de financiamento coletivo Indiegogo, com um objetivo de arrendar US$ 100 mil em colaborações – cerca de R$ 247 mil. A produção acumula tímidos 350 dólares em apoio até agora, com 55 dias restantes para o término do projeto.

Apesar disso, a página da produção diz que, independente da quantia de dinheiro acumulada, Hell Mountain pode ser escalado para algo mais simples, se tornando um curta mais humilde, por exemplo. Para garantir exposição, versões 3D e tradicionais para cinema e TV – sem uso do Oculus Rift – também estão agendadas. E aí, você curtiria participar virtualmente de um filme de terror ou prefere continuar vendo tudo por entre as frestas dos dedos?

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