Para os menos familiarizados com esses termos, overclocking é a arte de se trabalhar com os componentes do computador acima das especificações de fábrica, e extremo a definição deste para utilização em condições severas de temperatura, diga-se, abaixo de zero grau Celsius.
O overclocking pode ter diferentes objetivos. Melhorar a experiência nos jogos, diminuir os tempos de tarefas em uso profissional (edição de vídeos, por exemplo), melhorar a performance da máquina, ou nesse caso específico, o de conhecer os limites de desempenho e resistência dos computadores, que pode ser verificado em benchmarks de interesse de empresas e mesmo esportivo (como ocorre por exemplo, com sua própria Liga Mundial).
A atividade, que cada vez conta com mais adeptos, é também promovida pelas empresas envolvidas, as quais possuem componentes e projetos especialmente destinados a isso, como podemos ver em algumas séries de placas mãe, placas de vídeo e até memórias.
Começando os preparativos
Conforme explicado no vídeo, a maneira que é realizada a isolação depende da vontade de cada overclocker, mas foram mostrados os meios mais comuns e acessíveis. Algumas tintas especiais que podem ser removidas como uma película são a última palavra em termos de isolação, mas ainda muito limitadas no mercado.
Via de regra os materiais mais utilizados são mesmo o Armaflex (tipo de borracha especial), a Vaselina sólida (que é derretida para melhor distribuição pelos componentes) e o eraser (borracha limpa tipo).
É importante ressaltar que este último não deve ser misturado com a vaselina, sob risco de tornar bem desagradável a experiência do overclocker, pois ela age como “solvente” formando uma pasta grudenta, impossível de manusear.
Outro detalhe que fica bem claro é que o local onde houver a negligência, ou melhor, onde faltar o material isolante, vai ser o local que provavelmente vai acabar com a brincadeira, colocando em risco a sessão e até os componentes.
Itens básicos para iniciantes
Segundo Ronaldo, a recomendação é começar com peças baratas e gelo (se possível com mistura de álcool e/ou sal), ou gelo seco, pois dessa forma o iniciante pode aprender e se desenvolver na arte sem arriscar altos valores, e depois que adquirir confiança e habilidade, passar para o nitrogênio líquido, que é o método mais efetivo utilizado pelos overclockers mais experientes.
Ronaldo nos conta que começou com um balde de gelo com sal e álcool, uma bomba de aquário e um bloco de water cooler, divertindo-se com amigos. Só depois passou ao gelo seco e finalmente para o nitrogênio, tornando-se um profissional conceituado.
“Pode-se começar, por exemplo, utilizando-se plataformas mais antigas como a 775 (Intel) ou AM2 (AMD), de custo baixo e que podem promover muito interesse e diversão. Se a experiência for compensadora, partir para outras plataformas e sistemas de refrigeração”, explica
Quando se confirmar mesmo o gosto e o interesse, então procurar pelo (s) evaporador (es), chamados na língua “nativa” dos overclockers de container ou simplesmente pot, que são os recipientes que ficam em contato com os chips e recebem nitrogênio líquido ou o gelo seco (misturado com um pouco de acetona ou álcool isopropílico).
Existem outras formas de overclocking extremo, mas são menos divulgadas. Entre elas o Cascade, Phase Change, Chiller, Peltier, e outras formas mais excêntricas de refrigeração.
A partir daí, você pode começar a se desenvolver, assim como em todas as atividades, aprendendo pouco a pouco as técnicas do overclocking de processador até às incríveis modificações físicas nas placas de vídeo. Agora que você já sabe como começar, pode se aventurar e tentar extrair o máximo de sua máquina. Boa sorte!
Artigo escrito por Ronaldo Buassali. Para mais vídeos sobre o assunto, visite o canal mrrbuass no YouTube.
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