A coluna Geração Gamer conversou com Tiago Calmon (27), um dos campeões do torneio, que falou mais sobre a comunidade unida pelo mascote Koffing.
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Smogon promove uma Copa do Mundo de Pokémon. Brasil foi campeão neste ano (Foto: Divulgação)
Brasil sempre teve potencial e qualidade para Pokémon
Tiago Calmon começou nos games com aproximadamente sete anos em um Atari. Ele foi um dos moderadores da Pokémon LAND, fórum criado em 1999 que foi um dos maiores do mundo sobre assunto, além de ser 100% brasileiro. Tiago também foi usuário de mIRC e de simuladores como o GSBot.
“Hoje em dia, os brasileiros são reconhecidos como bons jogadores no cenário mundial, especialmente em gerações antigas, onde temos alguns dos melhores jogadores do mundo, como Yan Sym, cujo apelido é yan[sogeking], gamer nas versões Black e White. Temos também o Gustavo Moriguti, conhecido como DracoMalfoy e especialista em Diamond/Pearl/Platinum”, explica Tiago. O jogador também explica que tanto os brasileiros quanto o nosso time nacional têm uma história própria.
Tiago Calmon com um troféu da Liga Oficial Pokémon (LOP) de 3DS, torneio de 2013 (Foto: Arquivo Pessoal)
O Brasil e o Banana Meteor“O nome do time brasileiro vem de dois fatos. O primeiro foram as piadinhas de chat com o golpe Draco Meteor, enquanto a parte ‘Banana’ veio em resposta a um certo preconceito que os brasileiros sofriam até um tempo atrás. Alguns novatos que não sabiam bem inglês sofriam ao tentar se comunicar com os estrangeiros nos simuladores, pois eram muito sacaneados e não conseguiam aprender muito sobre o jogo. Um dos objetivos da criação do time era mostrar que nós não somos assim e conseguimos ser competitivos quanto eles. Viramos o Banana Meteor”, afirma Tiago Calmon.
O logotipo do grupo nem sempre foi o monstrinho Primeape. Tiago nos falou: “O Pokémon que nos representa varia e já foi um Tropius, um Mewtwo posando como Cristo Redentor e, mais recentemente, um Simisage. Agora é um Primeape no logotipo e ele foi presente de um artista brasileiro que frequenta o Smogon, o anundeadboy”.
O nome do time Banana Meteor veio de uma brincadeira (Foto: Divulgação)
A formação oficial do Banana Meteor no Smogon internacional, com apelido e nomes, foi:Hantsuki (Lucas Diniz) – Capitão
Hill (Tiago Calmon) – Vice-Capitão
Royal Flush (Daniel Zanata) – Vice-Capitão
yan[sogeking] (Yan Sym)
DracoMalfoy (Gustavo Moriguti)
dekzeh (Guilherme Pessoa)
Destiny Device (Allan Strazzi)
KratosMana (Daniel Rocha)
Rurushu (Matheus Cuomo)
Sand Castle (Gabriel Rodrigues)
Danilo
Kirigakure (Daniel Bronzati)
Blue Star (Gabriel Ferreira)
papai noel (Vitor Meneses)
Desde quando brasileiros frequentam a Copa de Pokémon?
“Eu jogo a Copa do Mundo de Pokémon no Smogon desde 2012, há dois anos. O time do Brasil está na Copa desde o ano de 2010, quando o Quantum Mechanics de Carlos Bueno se formou como time. Antes disso, brasileiros jogavam no time latino-americano e eu mesmo participei uma vez dele, em 2006″, afirma Tiago, explicando a sua história e a das pessoas no simulador de combates entre monstros.
Logotipo do Banana Meteor após ganhar a Copa do Mundo 2014 de Pokémon (Foto: Divulgação)
A
história de Tiago Calmon com o jogo molda sua visão sobre a cena
brasileira de videogames. “O que entendo do nosso cenário está em
Pokémon. Nos Estados Unidos, no Japão e em alguns países europeus, a
Nintendo promove campeonatos de suas séries competitivas, os chamados
Video Game Championships ou VGCs. Já o Brasil é completamente esquecido,
mesmo sendo um país que sempre possuiu uma quantidade enorme de
jogadores. Somos subestimados pelos desenvolvedores. Nosso país só teve
um cenário competitivo mais desenvolvido com Counter Strike e, mais recentemente, com jogos como League of Legends ou DotA”, completa.Além da Liga Oficial Pokémon (LOP), que é disputada no Brasil com o portátil Nintendo 3DS, o Smogon é o simulador mais difundido em nosso país. Este é o cenário nacional mais atraente para os brasileiros.
“Esperamos que com essa conquista da Copa do Smogon pelo Brasil atraia mais gente para os torneios presenciais que ocorrem mensalmente pela LOP. Queremos chamar a atenção da Nintendo de alguma forma para o nosso país. O cenário do Pokémon TCG, card game, é muito mais desenvolvido que o dos jogos eletrônicos aqui no Brasil, comparativamente dizendo. Queremos receber uma atenção semelhante a que eles recebem”, diz Tiago, explicando sobre a repercussão da vitória do Banana Meteor.
Como foi o desempenho brasileiro no mundial do Smogon?
“Chegamos a praticar quatro horas entre nós do time Banana. Também gastamos dinheiro ‘scoutando’ o oponente, ou seja, assistindo a replays de partidas antigas para saber os tipos de times que nossos oponentes usam. Isso serve como referência para praticar e modificar os times”, explica Tiago Calmon. E disputar uma Copa do Mundo no Smogon, com gente do mundo inteiro observando, não foi fácil.
Smogon simula diversas versões de Pokémon, incluindo as versões Black e White (Foto: Reprodução)
Os brasileiros encararam jogadores dos Estados Unidos reconhecidos historicamente em simulações de Pokémon. “Os americanos possuem alguns dos melhores jogadores da atualidade no time deles, como o gr8astard que é há alguns anos um dos melhores jogadores de todos. Eles também contam com o AUGUST, que é multicampeão e já foi campeão de todos os torneios mais importantes da Smogon. O USA East em geral era muito forte e vinha destruindo todos no caminho”, disse.
Por esse motivo, a final não foi nada fácil. “O Brasil venceu a final por 5×3 e foi campeão. Dividindo em pedaços, eu abri a série final e fui derrotado durante a partida mais fácil na minha opinião. Após meu jogo, aconteceram mais cinco jogos. Brasil venceu quatro e perdeu apenas um, abrindo 4×2. Depois, nosso jogador de Ruby/Sapphire/Emerald teve muito azar em seu jogo e acabou derrotado, restando apenas o jogo das versões Black/White. Mesmo com uma pressão imensa, nosso jogador venceu. Se ele tivesse perdido, teríamos o ‘tie-break’, que é uma batalha de um membro de cada time para decidir a Copa do Mundo”, finaliza Tiago Calmon.
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