segunda-feira, 25 de agosto de 2014
DeLorean: jogatina em nuvem da Microsoft quer prever os seus movimentos
Não é de hoje que público e indústria imaginam um serviço à la Netflix dedicado à jogatina. Quer dizer, em vez de ter que se preocupar em ter sempre o último console ou uma geladeira cheia das mais variadas placas em casa, você poderia simplesmente delegar todo o processamento dos seus jogos favorito a uma central na nuvem.
Entretanto, conforme mostram pioneiros como o OnLive e o serviço Now, da Sony, os principais percalços surgem dos atrasos entre as informações trocadas pelo servidor remoto e o seu controle de jogo. Isso porque, diferentemente de um serviço como o YouTube, o que é exibido por uma plataforma streaming de jogo depende imprescindivelmente dos comandos disparados pelo usuário.
Bem, o que fazer? A Microsoft parece ter a solução para isso. Sob o nome bastante natural de “DeLorean”, a companhia vem conduzindo pesquisas com uma plataforma de jogos via streaming hipotética, a qual deve ser capaz de diminuir (extinguir?) os famigerados “lags” por meio da previsão dos movimentos do usuário.
O DeLorean quer prever os seus movimentos
Conforme estudo publicado recentemente, a ideia da Microsoft é a de criar uma “engine de jogo especulativa” que deve ser capaz de, hipoteticamente, desembarcar na sua casa uma jogatina em nuvem completamente desprovida de atrasos — um desafio colossal, considerando-se as inúmeras fontes de “lags” que fazem parte da própria arquitetura da grande rede. Trata-se de alguns passos além do próprio Azure, por assim dizer.
Para tanto, a companhia pretende que o DeLorean (certamente um nome provisório) aprenda com você. Seus movimentos, suas escolhas em momentos específicos, etc. Ao formar uma base de registros, o sistema deve ser capaz de “antever” com considerável precisão o tipo de movimento que é executado como resposta quando, digamos, o seu personagem é flanqueado por um inimigo. Em suma, conforme aprende e apreende o seu estilo, a plataforma em nuvem passa a enviar as respostas mais prováveis de forma antecipada.
Precisa-se de conexões mais rápidas
De acordo com o artigo da Microsoft, o grande desafio na implementação do sistema preditivo do DeLorean seria a largura de banda necessária para o processo. Basicamente, trata-se de uma taxa de bits por unidade de tempo (bitrate) entre 1,5 e 4,5 vezes mais alta do que seria necessário a uma jogatina em nuvens típica. Em outras palavras, é necessária uma conexão mais rápida do que a tipicamente exigida por serviços como o OnLive ou o PlayStation Now.
Mas os resultados devem ser animadores. Afinal, qualquer jogatina via streaming atual está fadada a encontrar atrasos de, pelo menos, 250 milissegundos. Embora, de acordo com a companhia, esse valor seja imperceptível para alguns jogadores, trata-se de um período considerável para outros tantos — sobretudo quando o que se espera é uma resposta imediata, como uma extensão dos próprios reflexos.
Caso o DeLorean realmente possa avançar no tempo, há ainda que se considerar as inúmeras vantagens associadas ao próprio serviço em nuvem, no que se inclui a não necessidade de baixar vários gigabytes de conteúdo antes de poder jogar qualquer coisa. Além disso, os saltos poderiam se tornar mais constantes, já que bastaria uma atualização das plataformas em nuvem. Bem, é esperar para ver.
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