terça-feira, 23 de setembro de 2014

Da ficção para a realidade: moldar metal líquido agora é possível



Parece haver um tipo de sinergia entre a ciência e ficção: lançado em 1991, o filme “O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final” apresentou ao mundo o que as temíveis máquinas do século 21 poderiam reservar à humanidade. O destaque da icônica obra cinematográfica ficou para o androide T-1000 (Robert Patrick): na trama, o antagonista é capaz de assumir praticamente qualquer forma devido à sua líquida e metálica composição.

Fato é que pesquisadores da Universidade Estadual da Carolina do Norte anunciaram o desenvolvimento de uma técnica que permite o controle da tensão superficial de metais em estado líquido. Significa, assim, que formas podem ser atribuídas aos elementos através da aplicação de cargas baixas de tensão.

Por meio da técnica, a “pele” que envolve o metal pode ser controlada por um agente de atividade superficial (corrente elétrica de baixa tensão) – a aplicação de determinada quantidade de Volts faz com que a tensão superficial do metal líquido se “dissolva”, o que resulta no controle do óxido.

Em geral, metais líquidos costumam adotar o formato de esferas justamente em função de sua alta tensão superficial; “nesses casos, o material sucumbe à força da gravidade e cai feito uma panqueca”, escreve Michael Dickey, professor associado do departamento de química e ciência biomolecular da universidade responsável por publicar a pesquisa.
Aplicações

A manipulação da tensão superficial dos metais em estado líquido é, ainda, reversível: uma vez cessada a emissão de baixa tensão sobre o elemento, o material pode voltar a seu estado original. “Este fenômeno pode ser usado para controlar a fluidez de metal entre capilares”, escrevem os cientistas.



Desenvolver métodos mais eficazes de produção de componentes eletrônicos ou, quiçá, criar “metais inteligentes” capazes de alterarem sua forma em função de um estímulo qualquer são algumas das possibilidades vislumbradas pelos estudiosos. “Podemos usar esta técnica para controlar os movimentos de metais líquidos, o que permite a mudança da forma de antenas e de circuitos sem que eles quebrem”, observa Dickey.

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