Sacred 3 é um jogo de RPG com temática Hack ‘n Slash com visão isométrica lançado pela Deep Silver– mesma desenvolvedora de Dead Island e Metro 2033 – para Windows, Xbox 360 e Playstation 3. O TechTudo fez a análise deste jogo e traz a você o resultado. Confira:
Sacred 3
História do jogo
O Lord Zane – governante de Ashen Empire – deseja abrir os portões do submundo para reinar sobre a nova era que surgir. Aliado a demônios e outros inimigos, Zane fundou sua própria legião de heróis, onde ele deseja obter o Heart of Ancaria, um poderoso artefato que é mantido seguro pelo guardião Seraphim. Todavia, Zane está avançando cada vez mais em seu objetivo, sendo necessário chamar os mais poderosos guerreiros do mundo para impedir que Zane e sua horda coloquem as mãos no Heart of Ancaria.
O jogador, inicialmente, deverá escolher um dentre os quatro personagens jogáveis de Sacred 3: Marak, o guerreiro Safiri; Vajra, o arqueiro Khukuri; Claire, a serafim paladino; ou Alithea, a lanceira de Ancarian. O jogo ainda conta com um novo personagem: Malakhim, que não é jogável no começo da campanha.
Novos gráficos e beleza impar
A qualidade gráfica de Sacred 3 é impecável. Ao alterar totalmente os gráficos dos títulos anteriores, como Sacred Citadels, a Deep Silver impactou os fãs da série após trazer personagens e cenários mais realistas aliados à perspectiva isométrica. Embora tal visão de jogo já tenha sido visto em outros games famosos como Diablo, é fácil se impressionar com as texturas e modelagens de Sacred 3.
Sacred 3: beleza gráfica do título é de tirar o fôlego
Efeitos de partículas do fogo, água e vento estão tão bem trabalhadas quanto a mecânica dos mesmos. Ao ser atingido pelos ataques e magias do jogador, por exemplo, a grama, água e até fogo serão impactados e tomarão animações de acordo com elementos externos. A projeção de luz, sombra e efeitos climáticos são um show a parte, fazendo com que qualquer jogador interrompa o percurso para admirar a paisagem.
Diferentemente de outros lançamentos, não é necessário ter um computador muito poderoso para aproveitar a configuração máxima dos gráficos do jogo. O máximo que pode acontecer em computadores com configurações mais baixas é uma leve – quase imperceptível – perda de quadros por segundo.
Mais Hack ‘n Slash do que RPG
Todos os personagens contam com um ataque com sua arma principal, um ataque de Bash – golpe que utiliza o ar para atacar – e dois ataques especiais, além do comando de esquiva. Embora haja personagens que atacam a distância e outros que atacam mais de perto, não há diferença na jogabilidade entre eles, o que pode ser considerado um problema para jogadores que desejam um desafio maior. Marak, que visualmente é o herói mais pesado e corpulento dos cinco, possui a mesma velocidade de ataque e movimento de Claire, que é mais leve e esguia.
Sacred 3
Embora no decorrer da campanha seja possível adquirir novas armas, há pouca variação entre elas, sendo a mais perceptível o alcance delas. Cada personagem conta com um combo de três golpes, mas não é possível criar novos golpes intercalando golpes normais com o Bash, resumindo as partidas a um incessante aperto de botões.
Quanto a evolução dos personagens, eis aqui outro ponto negativo do título. A curva de experiência e evolução é injusta e muito lenta. O jogador irá se frustrar ao ver que seu personagem não evoluiu do nível um ao dois mesmo após matar dois subchefes. Além disso, não há distribuição de pontos para atributos como Força, Destreza ou Resistência, o que faz com que Sacred perca uma das principais características dos jogos de RPG.
A “evolução” que ocorre no jogo é a possibilidade de adquirir novas – não muitas – habilidades ou evoluir as que já possui mediante o pagamento em ouro. Outro fator complicador se deve a não possibilidade de evoluir o personagem durante a partida, sendo necessário terminar a fase para no final dela evoluir as habilidades ou armas que o herói porta.
Sacred 3: toda fase conta com um chefão diferente
Só faltou ser em Português
A dublagem de Sacred 3 está tão boa quanto seus gráficos. Adotando uma temática mais descontraída, o jogador se divertirá com a narração da história sob um ponto de vista mais cômico. Até mesmo os personagens e NPC’s dirão frases digna de risos, mesmo em meio a uma temática um pouco mais séria.
Os efeitos sonoros e músicas de fundo, além de ambientados, mostram total coerência e realismo com as cenas em que são inseridas. Na primeira fase, por exemplo, em que a cidade de Ancaria está sendo invadida, o jogador ouvirá som de gritos dos habitantes, construções sendo destruídas, tilintares de espadas e etc., tudo muito bem planejado e disposto no cenário.
Dá pra se divertir?
As fases de Sacred 3 se resumem a muita batalha contra inimigos repetitivos, combate contra dois subchefes com poderes pouco variados, fugir das armadilhas do cenário, e uma luta contra um chefão poderoso. Em raros casos há um desafio maior nas fases, como carregar uma máquina enquanto luta contra as hordas, ou libertar habitantes escravizados.
Sacred 3: talvez seja melhor chamar um amigo para jogar
O jogo é extremamente linear e com uma campanha curta. Mesmo dispondo de cenários grandes e bonitos, não é possível seguir outros caminhos além do único que é disponibilizado pelo jogo. De vez em quando o jogador encontrará uma passagem diferente do fluxo do jogo, mas é apenas para resgatar um baú com dinheiro e energia. O jogador não ganha pontos extras por destruir objetos ou por interagir com o cenário no momento da batalha.
Possuindo suporte a multijogadores, tanto em modo Online – com até quatro jogadores – quanto em modo Offline – com até dois jogadores em rede local -, juntar os amigos para participar das campanhas é a alternativa mais viável para melhorar um pouco as partidas com poucas variedades e com deficiência de desafio.
Conclusão
Sacred 3 está longe de ser um bom jogo. Nem mesmo seus poderosos e belos gráficos são capazes de suprir a falta de diversão e variedade no título. Mudando completamente sua mecânica em relação aos títulos anteriores, o jogo é quase uma decepção aos fãs que da série que procuravam no novo game uma evolução digna, ou que ao menos justificassem o alto valor do título.
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